quinta-feira, 29 de abril de 2010

- das coisas do tempo -

Eu não quero ser justo,
Dizer que eu nunca errei,
Pra que preciso ser mais santo que você?
Vou rolar na lama
Pra que no final a gente vá para o mesmo céu,

Eu quero te encontrar amanhã,
Seja onde for,
Não faz sentido,
Dizer que sempre tive razão,
Deixe-me errar,

Eu quero dormir na tua cama na eternidade,
Dormir nos teus braços,
Por que todos os dias eu tenho que ser mais,
Isso está me incomodando
Deixe-me errar,

Eu não quero ser justo,
Dizer que eu nunca errei,
Pra que preciso ser mais santo que você?
Vou rolar na lama
Pra que no final a gente vá para o mesmo céu,



Aus Demis

{uma canção, mais nada}

Uma hora vai chegar;
Eu sei,
É claro como a luz do dia,
Embora haja amor,
Existe um erro que precisa ser corrigido,

Eu não queria ter aprendido,
Que o amor não é mais forte que tudo,
Embora seja forte como a morte,
Não tenho explicação pra isso
Senão o quanto errei contigo;

Eu vou me arrepender,
Tenho certeza disso,
Porque sou passageiro como o vento,
E sou irreal como o sonho,
O amor que tenho não é pra agora,

Eu pensei que fosse,
Mas não, não,
É pra uma eternidade que não conheço,
Uma eternidade que mudou de planos,
Uma eternidade que não é agora;

Mas corra e me abrace,
Porque eu vou precisar de ti,
Sim, eu vou precisar de ti,
Mas eu não sei disso,
Como a criança que precisa da mãe e não sabe;

...

Aus Demis

domingo, 25 de abril de 2010

- fraternas canções -

em 140 caractéres

Não ando tendo noites boas,
não por culpa das noites,
mas por culpa dos dias,
dos outros dias,
por culpa dos outros,
Não ando tendo noites boas;


Aus Demis

quarta-feira, 21 de abril de 2010

- Imprevisível e sem graça –

O que eu mais fiz nesta vida foi fazer pessoas chorarem,
Pela minha arrogância,
Pela minha soberba,
Pela minha indecisão;

Eu fui bem humano em todo o tempo,
Não fui mentiroso e acreditei no amanhã,
Amei com verdade e perdão,
Mas percebi que no final pouco teria;

Tomei das mais difíceis decisões,
Escolhi os caminhos complicados pro mundo,
Minha saída sempre foi ladeira abaixo,
Não fui bom, nem ruim, pior, fui imparcial;

Não cometi crimes,
Andei reto e certo,
Mas matei confiança,
Matei esperança;

Em mim pouco sobrou,
Senão a glória dos dias futuros,
Tão frustrantes que nem se achegarão mais,
Agora sou mero,

Imprevisível e sem graça;

segunda-feira, 19 de abril de 2010

{Sentimentos}

Eu fui correndo,
Correndo descalço, com medo,
Porque em algum momento percebi grandes felicidades chegando,
Então meu eu menino se fez pequeno;

Já estava cansado do amor,
De um tempo injusto de tanta prosa,
De tantos dias fracos,
De tanta coisa que me fazia ser mais e mais cada vez;

O medo de destruir bons amores,
Como o teu,
Me veio e disse que não,
Então eu penso onde encontrarei tanta coisa boa;

Tudo já tem seu lugar,
Já está ocupado com graça,
de graça eu penso,
num amor talvez,

Porque em algum momento percebi grandes felicidades chegando,
Mas meu eu menino se fez pequeno,
Então eu fui correndo,
Correndo descalço, com medo;

sábado, 10 de abril de 2010

...{ribanceira}...

Eu estou cego,
como a mãe que suporta a dor do parto por amor ao filho;

De tudo que tenho,
Nada mais é meu,
deixei a essência pra trás,
fui aceitar tristezas que achei ser compaixão;

Contava passos pra chegar em casa,
Era sereno, humilde, mortal;
Mas não soube ouvir o não do meu pai,
me envolvi em causa alheia;

Mudei razão,
mudei direção,
mudei sonho,
pra tentar resolver o que não era meu;

Mesmo assim acostumei com o cinza dos dias;
Aceitei pedir desculpas mais do que ser desculpado,
aprendi a fazer o almoço e a servir café,
e nem sequer ouvir um obrigado alheio;

Fui sincero pelo tempo que aguentei ser;
Depois, passei a deixar passar coisas insanas,
por tantas semanas,
sincero eu já não era mais, comigo;

Perdi abrigo,
perdi, amigo,
perdi visão,
como a mãe que suporta a dor do parto por amor ao filho;


Aus Demis

sexta-feira, 9 de abril de 2010

para Rosa, por todos os anos


Quando é que eu vou perceber
Em frases, anseios;
Sólido agudo sentimento
Pra onde e pra quem;

É verdade que eu queria estar à vida do teu lado,
Mas sou bem mais teu amigo,
Sou bem mais teu próprio sangue;
Então eu penso o quanto te roubei de vida;

E novas canções me fazem chorar,
Como se fosse moleque
Correndo pela lama do campo,
Fui te contar dos desalentos

Fui falar da glória e do sonho,
Da guerra;
Foi então que fiquei sem palavras,
Pelo quanto você é pra mim;

E vi que tudo isso não era o melhor de nós;
Saí correndo dali,
Fui me refugiar e pensar,
Sou bem mais teu próprio sangue;



Demis, A