quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

não sou alguém pra se amar,
me esqueça,
me deixa,
me ignore,
como o mundo fez,
não perdoe,
não seja diferente,
não sou,
e só de ouvir você falar só dele,
isso me faz saber,
o quanto não posso concorrer,
é o mundo,
então por favor,
não seja,
não queira,
não ouse,
porque se eu te amar,
provavelmente,
não vou saber o que fazer,
porque eu,
não sou alguém pra se amar;

Então a gente faz coisas na vida que o tempo não apaga;

Eu estava sentado,
pensando no mundo,
pensando no tempo,
aquele tempo que tinha perdido;

Me veio a saudade,
e a vontade de estar,
e o sonho de uma vida que talvez fosse,
não foi;

sou o erro,
e facilmente me perco de alguém,
sou fraco,
e facilmente te quero pra sempre;

mesmo não tendo razão,
é meu jeito de dizer amor,
errado,
insolente;

num tempo que nem sei onde vai dar,
estou,
encontrando saída pra essa nobre vida,
eu sei que vou perder;

mas não pense que eu quis,
só não sei como fazer,
e esse nosso tempo vai,
como tudo que na vida vai;

Então a gente faz coisas na vida que o tempo não apaga;

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Era um tempo fraco,
uma vida meia boca e sutil,
donzela parida em berço de ouro,
eu lembro,
você não;

não me incomoda não saber nada de ti,
e não poder estar contigo sempre,
porque da tua vida soube agora,
e tua riqueza não me atende,
hoje é segunda, entenda!

sou teu amor,
tua briga,
teu céu, quando na verdade sou bem mais inferno,
obrigado!

me ligue, me chame,
eu,
nem sempre vou,
não quero, mas te quero,
outro dia;

me ame, mas fique a vontade,
não sou dono do mundo que é teu,
eu,
sou eu;

me encontre agora,
ou vá,
não dá!
é simples,
esse fui eu que você escolheu;

agora por favor,
uma vida meia boca e sutil,
donzela parida em berço de ouro,
eu lembro,
você não?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

[strong drink]

quando você prevê o futuro,
coisas na vida ficam difíceis;

então com cigarros resolvi boa parte do mundo em mim;

chorei, como se a vida nem fosse sempre assim,
depois de tanta vida aqui contigo,
prevejo a desilusão de alguém que nem tem nada;

na fantasia, eu acordo nos dias cinzas,
morro dos dias de sol,
moro na água e na sujeira do prazer momentâneo,
a juventude me assola;

fui cabresto de pobre,
e espargo de receita podre,
tomei um porre de água e vinho,
fui,
sim, eu fui;

e daquilo que sinto,
sinto raiva,
por não conseguir ser mais,
mais que já sou,
na riqueza eterna que abandonei;

eu quis e escolhi o futuro,
não tenha medo de enfrentar o amargo,
porque de doce, me basta a bebida forte,
dos dias em que você não está aqui,
eu quis e escolhi o futuro;

então não tenha medo;

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

[around]

você pouco sabe,
mas as chances de dar errado são muitas,
viver por si só é um risco,
e amor então, nem se fala;

saber do risco,
é o poder de manipular o corpo,
e da mente ser dono,
do olhar;

com tanta coisa e raiva nos olhos,
se vai,
e mal sabe que na esquina se encontra de novo,
novo amor;

de dor sofrer, se entrega,
maldade amiga então pega,
pela mão,
maldita mão que acaricia o pescoço;

engana e sufoca,
mata,
mas se mata, então que mate por ter,
e não se mate, por simplesmente perder;


quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

[pleasure single]

é do mundo,
um mundo não meu,
e um tempo que não vai passar,
daqui vou encontrar espaço pra mais,
porque pode ser que canse de uma só vez de tudo isso;

não tenho esse brilho aí de fora,
e a minha loucura faz tudo errado,
do amor, sou tonto,
e nem sei pra onde esta noite vai me levar,
quero a graça,
mas você se esconde;

então, é daí,
e não minta que não foi um dia,
porque conheço mais da vida que qualquer coisa,
e se me engana,
não é bem a mim que é assim,
porque vou ali,
e já volto;

e de fugir,
o costume vai sendo vício,
enquanto só vê passar,
enquanto só vê ir embora,
e o que de bom tem nisso,
é só o prazer,
e a graça de poder dizer ser livre;




quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

[love hurts]


Talvez o que eu queira é um amor de verdade,
um amor que não tive,
um amor que talvez eu tenha tido e perdi,
algum dia, esqueci;

Esqueci o sabor daquilo que chamam de amor,
não sei quando é e quando não é,
o "pra sempre" pra mim não existe,
estou perdido,
porque tudo o que fiz foi amar;

Eu tinha amores bobos de infância,
duraram demais pra mim,
e por tudo isso eu quis fugir,
e fui, eu fugi;

Agora me pego desistindo,
e poupando frases de "eu te amo",
e pense só,
eu, que escrevia canções de amor,
agora não tenho certeza;

E esse é o medo, da incerteza,
então não sei aproveitar a vida como você pensa,
porque não gosto tanto assim do agora,
quando sei que ele pode passar,
meu coração dói;

Então eu vou fazer o que nunca fiz,
porque em algum momento fui ferido de morte,
e morri,
agora sou só capa de amor,
não tive escolha;

Talvez eu fuja,
porque eu te quero nos meus braços,
porque você me faz bem,
e eu te quero comigo cada vez mais,
e alguns amigos tem me perguntado:
- O que você vai fazer?

Eu digo:
- Sente-se aqui, vamos fazer silêncio por cinco minutos,
porque eu não tenho a menor ideia do que vou fazer;



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

(sobre a febre e a ausência do cuidado)

Eu acho que a gente deveria respeitar mais a vida,
e entender melhor o conceito de amor,
eu acho que a gente deveria respeitar mais o amor,
e entender melhor o conceito de família;

Eram sete e meia da manhã,
e eu estava com todo meu dinheiro guardado embaixo do colchão,
eu era moleque, e só pude ouvir os barulhos da porta sendo arrombada,
eu estava sozinho em casa;

e por único momento na vida eu tive medo,
então eu pulei do beliche,
e corri pra debaixo da cama,
enquanto ouvia vozes e coisas quebrando no chão;

então eu me perguntava sobre o que fazer,
porque por alguma razão que não sei,
eu estava sozinho em casa, e só pude ouvir os barulhos das portas sendo arrombadas,
a minha estava chegando;

e tudo o que conseguia entender era:
- ele não está em casa,
- não tem ninguém em casa, ninguém,
- vamos embora.

Eu sei, eles queriam o meu dinheiro,
eles queriam a minha vida,
e o quanto de dinheiro alguém podia pagar por ela,
porque por alguma razão que não sei, eu estava sozinho em casa,

Eu sei que a minha porta não chegou,
mesmo assim eu acho que a gente deveria respeitar mais a vida,
e entender melhor o conceito de amor,
eu acho que a gente deveria respeitar mais o amor,
e entender melhor o conceito de família;


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

[do abraçar dos dias]

o que vai ser eu nunca vou saber,

o amanhã desaparece a frente dos meus olhos,
os dias são sempre diferentes, e por alguma razão eu passei a ter medo disso,

talvez, esteja acostumado com o cinza,
e com a forma de rezar o mesmo terço,
e agora, agora tem sido bom,
tem sido diferente;

por isso não me importo com as pendências da vida,
e com as comparações dos dias,
apenas seja mais um dia,

porque o que vai ser eu nunca vou saber,

não existe fim nem começo em tudo isso,
e quem sou eu pra falar disso,
fazem mais de mil semanas que não falo,
então por favor, não me deixe falar;

nas vezes em que olho pra você,
percebo uma quantidade de coisas que você quer me dizer,
e percebo também um outro tanto que você não quer me dizer,
então da vida, só os dias que são, sempre serão;

o amanhã nem existe,
e o daqui a pouco sempre será uma dúvida,
no entanto me sinto feliz,
e isso é bom pra mim;

e se por acaso alguém me perguntar o que é,
vou dizer que é o tempo e a vida,
e as palavras que eu não deveria dizer,

e se perguntarem o que vai ser disso,
então eu ficarei sem resposta,
porque o que vai ser eu nunca vou saber,







quarta-feira, 17 de novembro de 2010

[Sobre a televisão]

Me incomoda precisar de ti,
depois de todo esse tempo distante de ti,
sem te ver, sem te ouvir,
agora me encontro te olhando frente a frente,
como se eu não tivesse opção,
é, pode ser que eu não tenha,
porque da vida a gente não sabe o que fazer as vezes,
e pouco, bem pouco, há pra onde correr,
então você me veio como um presente,
que por algum tempo evitei receber,
mas é a solidão destas quatro paredes,
pouco posso fazer pra fugir,
senão fingir que está tudo bem,
enquanto a gente no quarto se entende,
aprendo a te ouvir novamente,
e você esquece o meu desprezo desses anos todos.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

[Da graça que não tem no final]

Não sejam idiotas como eu fui,
Amem,

Do que resta dessa vida nada vai ficar,
do que resta a se viver nada será,
no final você vai estar só,
é fato;

Não sejam imortais como eu fui,
Amem,

Do que resta da dor nada vai passar,
é um calor fraco,
e um frio que corta qualquer pele,
podem ter certeza que mais vale morrer de amor,
do que viver pra sempre;

Eu te aconselhei muitas coisas pequena,
eu estava errado,
quando dizia pra você brincar com o mundo,
pra você zombar de todos os corações que encontrasse;

Sim, estou confessando que estava errado,
fui egoísta, e meu pensamento sempre foi egoísta,
eu ria quando você sentia minha falta,
e a gente ria dos outros quando diziam não viver sem nós;

Amar era ridículo,
e eu ainda brincava:
"você quer ver quantas pessoas vou amar hoje?"
eu te ensinei tudo errado,
era o meu medo, e minha forma de durar pra sempre;

Mas ei, eu me enganei pequena,
não me ouça mais,
porque agora eu já estou morrendo,
e vou morrer sozinho,
e todas as vezes que você chorou por alguém, você tinha razão;

Agora, pra mim, é tudo mentira,
tudo, não tenho nenhum amor comigo,
e não te falo isso porque não tenho ninguém,
eu tenho, mas não tenho nenhum amor comigo,

Não me ouça mais,
porque agora eu já estou morrendo,
e vou morrer sozinho,
e todas as vezes que você chorou por alguém, você tinha razão;



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Da insolência da necessidade de estar,

Estou errado,
sobre a vida e sobre o tempo,
sobre as pessoas,
está acabando enfim.
A ilusão e a glória.

Tudo então é turvo e desigual,
e somos então imortais.
Imorais,
pelo desejo,
e não pela razão.

E volta,
revolta,
desfaz,
junta,
dissolve.

E não será difícil te ver passar mais.
Porque também vou passar,
e por favor,
tire do meu dedo esse carma,
e essa marca que o fogo me fez.

Desta aliança com o mundo,
quero só a fuga.
Então fuja,
se jogue nos braços dos teus novos amigos,
porque vou ali e já volto.

A tua liberdade é o que me importa,
venha me bater à porta,
só quando quiser voltar.

Você vai me encontrar sentado,
no sofá, escrevendo,
sobre o quanto estou errado,
sobre a vida e sobre o tempo,
sobre as pessoas.



terça-feira, 19 de outubro de 2010

- do balançar dos dias -

Na balança, balanço,
ao ponto mais alto,
agora posso chegar,
agora que sou grande para estar lá,
agora que o alto, já não é tão alto,
balanço forte, e balanço só;

Só pela vontade de estar lá,
quando nem bem quero saber,
quando o balanço vai parar,
porque não tem graça deixar de empurrar,
só pra não se sentir cansado,
acho bem mais sorte, cansar de felicidade;

Tola felicidade,
de soltar as mão da corrente,
e abrir os braços contente,
eu que nem sou de rimar,
não me importo,
porque também não sou de sorrir,
mas também não sou de chorar;

É o simples e tímido olhar,
me traz a pensar,
que bobagem essa de ter certeza,
de ser grande demais,
deixa balançar, o balanço,
porque do simples encontro,
encontro vontade de mais balançar.

sábado, 16 de outubro de 2010

- pausa pros remédios -

Sobre a vida...

A verdade não existe.

Esse é o período da vida que chamo de pausa,
nada posso,
nada quero,
é bem pessoal isso em mim,
tudo o que me aparece pode ser ou não,
sou feliz pelos segundos,
não pelo dia, nem pelo ano,
já fui intenso,
já morri até,
voltei aqui,
e só pra dizer que isto é o que chamo de pausa.

Antes morria por amor,
morria de dor,
por amigos,
pela família,
pelas pessoas,
agora, me tornei fraco,
já nem morro mais.

E os remédios no copo pra tomar,
junto com a paciência que tenho que ter,
esperando descer a poção pra salvar-me,
do que?
Enquanto tentam se livrar da minha presença,
desculpe.

Porque pode ser que nada dê certo,
e nunca mais vou te encontrar mesmo,
faz parte,
só que por agora,
quero teu olhar,
e se alguém quer falar sobre de mim,
não espere,
porque daqui a pouco vai perder a graça.

Vou te ver?
Amanhã? Hoje?
Não sei,
como não sei do amanhã,
não me importo com o pouco tempo,
me importo com o longo tempo perdido.

E se alguém ainda quiser o meu mal,
tenha dó,
espere ao menos passar o efeito,
da droga que vocês tomaram,
porque não sei quando foi que fiz pra vocês,
tão mal, a ponto de me desejar assim.
Por que o que é a verdade de tudo isso?
Das palavras que me dizem?
O que?
Enfim, agora tudo é tarde,
por isso vou ali aproveitar cada segundo,
dessa verdade que não existe.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Desculpe,

Sou mais bobo que os outros,
sinto mais saudade talvez,
quando não se tem razão pra sentir,
talvez seja a madrugada,
talvez seja a memória,
talvez seja o tanto que gosto de estar contigo,
talvez seja a vida.

E eu, independente de amor,
auto-suficiente de qualquer sentimento,
naquele nosso discurso egoísta,
na minha falta de sono,
penso o quanto queria você aqui,
mas eu, eu não tenho a melhor vida,
não tenho nem o melhor espaço em mim,
nem meu colchão.

E te dou razão,
quando você me pergunta,
como consigo viver aqui sem a TV.
Eu não consigo,
essa é a resposta,
porque até uns dias atrás conseguia,
agora não.

Mas reluto contra tudo isso,
contra a dependência,
embora o gosto do teu beijo,
seja a melhor coisa que provei,
e me diz,
o que é isso?
Deixei de ser moleque,
sei deixar e perder.

Então se for pra você ir,
não vá de repente,
porque não foi de repente que você veio,
mas se quiser ficar,
fique, fique do jeito que quiser,
fique a vontade,
o que quiser, o que quiser.

Porque as minhas palavras são bestas,
e falo bem mais do que deveria,
mas é de criança que me sinto,
eu que sou duro,
auto-suficiente,
quero que fique,
não sei como, nem quanto tempo,
mas fique.


domingo, 3 de outubro de 2010

E do tempo que perdi, levo a saudade;

Tinha que ser um dia a mais,
pra ter a certeza de que seria melhor,
porque assim como metade do mundo,
eu também tenho medo de tudo o que pode ser pra sempre.

A eternidade neste mundo já não me interessa mais,
porque encontrei uma razão pra envelhecer como todo mundo,
e agora eu quero que seja assim,
cansei do tempo e do quanto ainda posso viver.

Finalmente vou poder voltar,
porque este finalmente é meu último ciclo,
e veja só,
estou sorrindo.

Não tenho vontade que nada dure mais,
nada mais do que o tempo que precisa durar,
e se você quiser ir,
pode ir.

Não vou te roubar a vontade de fazer o que quiser,
mas se quiser ficar,
tenha a certeza que vou estar aqui,
sim, eu vou estar.

E justamente porque não tem uma razão pra ficar,
justamente porque é a maior tolice que posso fazer,
mas quando acordar,
sei que não vou me arrepender.

Porque estou contra o mundo,
e contra todas as pessoas que me desejam mal,
contra todos,
contra todos.

Mas eu não preciso lutar,
nem levantar do sofá,
porque tranquilidade é o que quero pra vida,
só isso.

E do tempo que perdi, levo a saudade.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

- não em mim -

sobre o tempo que passa, e a saudade de quem meio viveu,

E por achar que somos apenas crianças grandes meu espírito se renova.

Eu fico feliz com a graça do mundo,
de pensamentos planos e pouca maldade,
serenidade de amores possíveis,
um pouco de cola pra juntar corações;

Quem dera que na verdade tudo fosse flores,
não é,
mas nem por isso as coisas da razão dominam,
e mais uma vez você sai em busca de um sorriso,
gosta quando encontra;

Pelos dias e pelas noites mal dormidas,
pensando nos corações do tempo,
e nas ansiedades deste tempo presente,
convido todo e qualquer mortal à margem;

Para que dali veja o rio,
rio de esperança e de glória,
que sem querer me faz pensar de novo,
porque tudo o que se quer é encontrar sorrisos;

Não me desligue,
porque daqui não posso passar só,
senão ficarei pra sempre sem saber onde fui parar,
pelo tempo em que se encerra me faz voltar;

No meu último ciclo ao teu lado,
deixa-me conhecer o bem,
e ao extremo de contarei tudo que vi,
e sentirei uma saudade real,
que não mata,
porque tudo vivi;

No mais,
Eu fico feliz com a graça do mundo.



Demis, A.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

- pra você se perder comigo -

sobre os diferentes tipos de pessoas, contra a minha razão, e a minha vontade de ter,

Estou bem,
Guardo comigo minhas glórias,
pra que de mim não se percam,
embora isso muito preocupe os meu oponentes,
lhes digo:
Estou bem.

domingo, 12 de setembro de 2010

Então eu me senti como uma criança...

Sozinho, acordei pela manhã me arrependendo de todas as besteiras da vida;

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Então sou feliz pelo todo,

Nunca saberei se sou eu,
mas vou estar sempre aqui.
Até que o desprezo do teu abraço seja maior do que a vontade que tenho de te abraçar.

As vezes, na embriaguez literal da juventude cometemos erros,
exageramos.

Mas te vendo partindo, sei que sentirei saudades,
mesmo que você esteja aqui comigo o tempo todo.

Então tem tanta coisa que poderá ser amanhã,
que entre os erros e acertos,
eu,
sou feliz pelo todo.

domingo, 29 de agosto de 2010


Simplesmente desacreditei do complexo sentimento amor.
E não pelo fato de não amar, mas pela rapidez com que se ama novamente e se desama outra pessoa.


Sou inconstante,
intenso.
Em vida já cometi muitos erros,
alguns dos quais não tiveram reparos.

Me tornei menino novamente,
e não vivo pela razão, mas pelo coração.

Não sei absolutamente nada sobre o que é certo fazer,
o meu sentimento é quem diz todos os dias.

Posso saltar de qualquer lugar para qualquer outro lugar
quando quiser.
Não preciso pedir.

Não tenho medo da morte,
mas da impossibilidade que com ela vem.
Não há nada mais triste do que não poder fazer nada por alguma coisa.

Me engano no amor como uma criança,
e confio fácil, mas apenas uma unica vez.

Do tempo são os meu passos.
Quem de mim receber o amor,
estarei sempre ao lado até que o despreze.

Doei toda minha riqueza aos pobres.
Para assim alcançar a riqueza de espírito.

Tenho vergonha da glória dos homens.

Já dancei sozinho,
já tive cabelo esquisito mesmo.
Já tentei jogar futebol como todo menino.
Já amei.
Já perdi um grande amor também.

Fiz amigos,
perdi outros.

De todos esses altos e baixos da vida,
o mais triste foi quando desacreditei do amor de dois.
Porque eu, que sempre fui coração,
agora sigo uma lógica razão pra tentar amar novamente,
e por isso não consigo mais.


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

sobre a vontade de abraçar


Contanto que você esteja comigo;

É meu tempo de menino,
de (in)decisões na vida,
iguais as de uma adolescência que já passou;

Sinceramente, não sei quem faz estas coisas,
de colocar do lado as pessoas,
não todas;

Porque tem algumas que só falam,
mas a gente sabe reconhecer,
o mais bonito é que não é mais nada além do que é;

E por ser, por si só é bom;
Tão bom que de mais nada se precisa,
nesta tão incerta forma de viver;

Mais nada,
Contanto que você esteja comigo;


Demis, A.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

- daquilo que não passa, mesmo querendo passar -


Foi o teu sorriso,
por um segundo,
então me tornei melhor para uma vida inteira.

sábado, 21 de agosto de 2010

Quando tudo se vai, e não resta sentido

- sobre amigos, amor e família

Vou partir para o nada,
sem nada, sem ninguém.

Toda a alegria que tinha,
ficou pra trás.

Não se engane com meu sorriso,
ou com o meu falar bem alto.

Posso ser o que quiser,
mas você pensa que eu ainda sou feliz.

Erramos em escolhas,
e te mostrei a glória do mundo.

Te mostrei a porta de saída,
e você agora vai sair.

Me deixe chorar,
enlouquecer por semanas.

E mesmo que não passe,
não tenha pena de mim.

Eu sou a culpa,
quando a gente cresce começa a saber quando erra.

Mais uma semana tentei,
agora é o tempo.

Um coração desolado,
e um cavalo branco te esperando.

Realmente,
só os loucos sabem.

Então eu vou,
porque os dias vão ser muito difíceis.

Peço a Deus,
que não me dê a graça de um novo amor.

Tudo vai junto,
porque nem sou desse mundo.

E você sabia disso,
mas agora, não eu não sei.

Vou partir para o nada,
sem nada, sem ninguém.

A solidão que toma a alma

O salário do pecado é a morte - sobre erros que duram pra sempre, sobre amor.

Para si só segredos,
de vidas que passaram,
me restou a dúvida se você algum dia me amou,
nunca eu, seria capaz de perdoar,
não você, mas a mim mesmo;

Meu coração que morra triste,
por te jogar num quarto escuro,
te fazer perder a razão,
te fazer descrer da verdade de mim,
eu que morra só;

Pelas dores que causei ao mundo,
e pelo lixo que acumulei numa só vida,
meu dinheiro já não compra nenhuma outra opção,
a opção agora é correr,
correr do fim que você traz de bandeja a mim;

Inevitável razão pelo meu choro,
eu, que sou imortal,
porque perdi meu coração,
por tu isso que a vida me deu,
vou vagar pela eternidade sem rosto;

Não tenho ao meu lado esperança,
nem a felicidade que busquei contigo,
errei para sempre,
como quem mata,
e não pode ressuscitar;

Pelas glórias deste tempo,
eu queria voltar a ser criança,
começar tudo de novo,
porque eu sei, melhor do que ninguém,
que não vou saber recomeçar daqui.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

- existe uma parte que morre -

sobre a morte e a metade da vida que ainda restou,

à todas as pessoas,


Eu não sinto.

(A última vez que senti)

Não pense que eu não sou razão,
nem pense que faço tudo por alguma razão.
Sou sem sentido,
e não quero nada dessa vida mais.

(A última vez que quis)

Se hoje te deixo,
é com um arrependimento morto,
e sob a fumaça das cinzas de algo que um dia foi.
Soube enxergar o teu choro,
que agora logo vai passar.

Eu não vou me entregar,
porque da vida aprendi a dureza,
você me ensinou a ser imortal,
e a suportar a pior dor que senti.
A dor da decepção.

O que um dia foi, nunca vai deixar de ser,
aqui no meu mundo nada passa.
Mas eu sei quando acaba.
Não quero ter certeza de nada daqui pra frente.

(A última vez que tive certeza)

E era uma certeza de amor.
Mas agora são só cartas,
e palavras dizendo que não fui amor.

Tem pessoas me escrevendo,
outras dizendo me amar,
outras com saudade de mim.
Outras ainda me odiando.
Mas eu tenho algo a dizer sobre tudo isso,
sobre todos os meus sentimentos.

Eu não sinto.

domingo, 8 de agosto de 2010

É ele, o erro

Então voltei a ser menino,
eu, homem velho.

Por conta da vida e do tempo que perdi,
deixando pra trás aquilo que me era importante,
escolhendo um caminho sem escolhas,
percebo, que realmente que não sei fazer as coisas.

Percebo que essa blindagem emocional não trás benefícios,
porque sou eu sozinho que no final vou resolver os problemas do mundo,
e tudo, mas tudo mesmo, é uma simples loucura,
da qual pouco estou acostumado.

Penso no rosto e na cena que vejo,
como se a primeira fosse,
pra esquecer até semana que vem,
porque tudo vai continuar.

Complico fatos e fatores,
eu, que sou a pior pessoa do mundo,
não amando a mim mesmo,
jamais serei o amor de alguém.

Porque quando se erra consigo mesmo,
jamais se acerta com os outros.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

É o tempo que não posso perder


É certo que já não tenho mais o teu olhar,
Antes (só) meu;
Hoje, perdido;

Aquele teu sincero olhar,
porque já não te encontro mais,
eu, infeliz;

Correspondo às canções solitárias,
com pouco,
daqueles que gostam do amor;

Tu, flor,
se foi, assim vazio;
porque nem pude te encontrar;

Então esses mesmos corredores não fazem sentido,
que antes iam e vinham,
agora só vão;

É o vão que ficou,
da tua ausência;
mas sabe, foi uma escolha;

Da incerteza que tenho de te encontrar novamente;
Aquele teu sincero olhar,
hoje, perdido;


quarta-feira, 28 de julho de 2010

- o fim dos dias certos.


é ele, o ponto final.

Vento e pensamento,
Amor e lógica,
desistir e tentar de novo.
Morrer, ressuscitar.
Deixar.

Olhar, encarar, fugir.
Correr, aceitar, desprezar.
Ver, enxergar, fingir que não vê.

Entristecer, sorrir, ter razão.
Amar.

Em que sentido isso faz?
Faz?

Não.
Mas, e se fizesse?


terça-feira, 27 de julho de 2010

E eu que pensei que as cartas de amor tinham acabado

Elas apenas mudaram de endereço,
e não é mais na minha porta que chegam.
Como era de se esperar da vida,
que muito me apronta.
Eu, pronto me vou adiante,
sabendo bem mais onde isso vai dar.
Me levanto, a olhar por cima pra ver se te encontro,
em meio a multidão de pensamentos que estão te levando.
Entendo tudo.
Tudo, tudo, tudo.
E quase te dou razão.
Quase.
O mesmo quase.

sábado, 24 de julho de 2010

- seiscentos anos depois de ti -


sobre a duração do sempre;


Hoje fui lá fora perceber o tempo que deixei passar,
como faço nos dias de chuva.
Então, vi que via o mundo de maneira errada,
perdida.
Vi que as pessoas que me amam não me conhecem,
e que aquelas que não me amam também não me conhecem.
Descobri que não se pode conhecer o que não existe,
e eu, não existo.

Nem o meu nome, nem meu sobre-nome,
tudo já passou.
Morreu, e faz muito tempo.
Muito mesmo.
Eu, que fiquei vagando por aqui,
sou um resquício do que já foi alguém.
Porque seiscentos se passaram desde a última vez,
que pude ver meu verdadeiro rosto no espelho.

Hoje, estou passeando pelas desvantagens do muito tempo,
conhecer e desconhecer pessoas.
Em todo momento eu ouço:
sempre estarei aqui, sempre isso ou aquilo.
Simplesmente agradeço,
mesmo que o pra sempre,
sempre acabe,
e eu tenha que acordar em uma nova vida.




domingo, 18 de julho de 2010

Eu penso em tudo

penso em como vou te falar cada palavra,
cada uma delas,
penso nos detalhes do teu rosto,
nos teus lábios quebrados do frio.
da impaciência das tuas ações,
penso o quão isso poderia ser.

me perdendo em pensamentos ao te tocar de leve,
em semi-abraços voluntários.
ouvindo a lógica e a sinceridade das tuas palavras,
ásperas.
e o poder de resumir minhas complicações de dizer.
e prever exatamente o que são as minhas palavras.

ignorando todas as minhas tolices,
e tudo o que não se pode entender em mim.
numa loucura de vozes que perturbam,
na loucura de querer saber mais.
mais de mim.

na impureza deste teu olhar,
destes lábios.
na certeza que tenho de que nunca mais vou me achar.
que nunca mais vou me procurar novamente.
se me perder ali.

.....




sexta-feira, 16 de julho de 2010

sobre amizade

não ouça as pessoas na rua.
mesmo que não seja o suficiente de mim.

frio, chuva.
eu deito, pensando quanto demora um dia pra passar.
quanto demora apenas algumas horas.
me dando conta de que isso depende,
dependendo mais do que se espera, do que do relógio.

mas não é amor.
porque se fosse, seria fácil de saber.
e sequer estaria aqui escrevendo canções.
é o simples exagero das palavras que vem.
pra alguém.

deixa estar.
como em canções de nova música popular.
deixa ser, esse nosso sentimento bom.
de mais, demais.
pois de sorrisos são feitas essas frases.

por conta do pouco tempo.
não se preocupe com o mundo.
porque a verdade é bem mais branda.
bem mais sincera.
estranho é pensar que assim estar é estranho.

enquanto a gente sorri.
e conhece gente todo dia.
porque é pro espaço que o pensamento vai,
quando ninguém está olhando.
e a felicidade de ser simplesmente,
é bem maior, do que a de alguém, que almeja algo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

- da inconsistência dos fatos às especulações das pessoas - (dois)


e saber que deixou passar tanto tempo.

telefone toca a tarde. atende.
atende surpresa. na surpresa de ser alguém de quem se espera.
supera. fala.
responde e resolve fazer.
exagero, marcado pela vontade de estar.
do outro lado da rua.
sentado sobre a calçada, das composições de Tom.
ter tanta razão pra usar palavras de custo eterno.
no beijo do lábio. do molhado papel.
recados pra um, pra outro.
vem.
fazendo-me parar de escrever.
para que não perca o tempo do medo dos anos mais tarde.
e ao te ver na rua.
te abrace.

- da inconsistência dos fatos às especulações das pessoas -


é o medo de encontrar na rua anos mais tarde.

palavras poucas, sem tempo, ligeiras.
de tempo em tempo, aumenta o tempo das falas até que some.
mudo.
prevalece a virtude do não estar perto, do não entregar-se à simples vida,
de saber que amanhã voltará ao normal.
por um dia apenas, um momento, se venda tanta fala e discurso.
por causa do que a gente tenta ser todo dia.
e cada vez que tenta ser, evita.
como quem tem o poder de controlar a vontade e o desejo de si,
encontra em outros olhares o disfarce pra mais um dia sem.
é a vontade reprimida de correr.
de apenas trocar telefone, de ligar.
de saber aproveitar aquilo que já se tem.
em nome de uma vida de glórias, e interfaces mais compreensíveis de nós mesmos.
só por um pouco do que pode ser,
do que ainda sobra, pra quem mais quer,
enquanto é distribuído ao mundo como prêmio, justo.
justo de se fazer viver,
de querer ir mais longe.
mas se controla aos poucos o desejo de se prender.
de se querer pra sempre.




terça-feira, 13 de julho de 2010

Corra se não for pra estar...

Da fraqueza inconstante do tempo,
o fraco amor.
Como quem já foi mais forte pra tudo.
De tempo em tempo caí mais uma folha.

De toca na cabeça e blusa de lã,
velho.
Eu que escrevi canções nos tempos do pop rock.
Fui,
inconsoladamente deixado pra trás.

Pelo óbvio.
pelo certo, pelo errado,
da maneira de se ver as coisas.

Enquanto caminho na rua.
Ao som dos carros e barulhos loucos.
Em tua direção.
Eu que não tenho sentido.

Porque é mágico esse momento.
E eu sei.
Sei que talvez minha voz não te alcance.
Pelo impossível e improvável de se acontecer.

O próprio erro em apenas ser.
Eu que queria te seguir em sigilo,
pra ninguém saber.
Que sou pena,
pela pena que as pessoas tem do meu meso-amor.

Onde as paredes são brancas,
e as pessoas são deixadas.
Puras de vida.
Longe de si mesmas.
E somente assim,
ao se perderem, se encontram.

Logo, assim.
Eu, que te encontrei na rua.
Que quase, quase.
Componho uma música pra nossa coleção confusa.
De possibilidade de vida.

Eu, nesta minha meso-vida de poemas.
queria apenas um solo de guitarra à mais.
pra fazer soar este meu desengano.
peço.





segunda-feira, 12 de julho de 2010

quando encontrar razão, e explicação pra muita coisa.
talvez eu desista da metade delas.
no entanto, talvez aproveite mais a metade que restar.


E vem a chuva e apaga...
aquele pensamento pronto pra se tornar letra.
aquela palavra pronta pra se tornar voz.


domingo, 11 de julho de 2010

- volta

sobre a saudade que eu não consigo controlar, mesmo querendo.

Fico pensando a tristeza da cidade maravilhosa ao te ver partir.

Se for como a minha,
será cinza e nublado,
até ver o brilho do teu sorriso de novo.


sexta-feira, 9 de julho de 2010

sobre dinheiro e riqueza: valores que deixei pra trás pra poder reinar

A gente pouco percebe a dúvida que tem sobre nós mesmos.

Tenho certeza do amor, da dor, do sentimento.

Tenho certeza da saudade (aspas).

Hoje olhei todas as tuas fotos, uma a uma,
pra saber por onde você andou e entender onde eu estava.
Eu devia estar jogado, chorando, pedindo um amor pra me salvar.

Esse amor não veio.
Tive então que concretar meu coração com grosso cimento,
pra ninguém quebrar.

Larguei toda honra e toda glória que pudia ter,
toda riqueza,
todo nome, todo sobrenome.

Fui traído pelos que estavam comigo,
perdí tudo.
Vázio me tornei, quando tornei a minha casa.

Morei nela humilhado,
pobre, sem nada.
Senão a vontade de encontrar razão pra minha própria vida.

Eu, que ia perder a vida quando nascí,
perguntei à um deus, porquê?
não tive resposta.

Então ergui minha cabeça,
com toda destreza de coração duro, imortal.
Assumi pra mim a culpa de tudo.

Foi então que me desculpei com todos.
Todos o que me bateram.
Todos os que me odiaram.

Não me tornei melhor por nada disso,
por nada.
Pouco que fiz.

Agora não tenho dinheiro,
vago sozinho.
Moro em casa pequena.

O filho nobre da corte.
Do mais alto escalão do reinado.
Eu, era um dos sucessores.

Muito podia ter sido.
Se não fosse a vontade de ser de verdade.
Aquilo que a gente realmente é, e às vezes,
nem sabe.







- reformas -

sobre o barulho e o tempo de transição das reformas

do meu lado o martelo bate,
o serrote soa,
e neste instante uma furadeira é ligada.

penso no quanto incômodo causa,
barulho, dinheiro, mudança,
entorta, constrói, destrói.

coisas são jogadas fora,
coisas são compradas,
deixadas de lado, incorporadas.

é o preço.

o preço de uma casa nova,
bonita, limpa.
feliz.

dói se desfazer de coisas,
ver quebrar paredes inteiras.
ficar sem telhado, sem chão.
são períodos necessários.

necessários pra que se tenha o novo.

quase nem consigo escrever pelo barulho,
a verdade é que não posso esconder,
a vontade de ver tudo novo.

algumas coisas já foram ganhadas,
já tem gente querendo morar,
agora é só esperar acabar.
as reformas nessa casa que chama...

vida.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

- ao meio-dia no urso -

Eu quero as bobagens de um amor simples.

Não um amor amor, porque esses amores se acabam,
mas um jeito de amar diferente,
baseado apenas naquilo que se é de verdade.

Um amor que não sinta saudade,
que não queira beijar,
mas dar um abraço longo e duradouro.

Uma composição sem uma letra fixa,
nem um ritmo certo,
sem uma voz perfeita pra cantar.

Um amor brando,
que queira apenas deitar a cabeça no colo,
e olhar as estrelas.

Que não precise mentir,
nem esconder,
apenas ser, simples.

Quero um amor sem perversão,
sem circunstâncias à mais,
somente ser algo, quando realmente for pra ser.

Não quero disputas,
nem gente emburrada por pouco,
quero um belo sorriso.

Poder ouvir problemas,
reclamações,
tudo.

Tudo de ruim também,
inclusive sobre novos amores,
a paciência dos dias futuros.

Quero um amor plano,
sem planos,
suave, doce.

Quero entender,
compreender,
ajudar.

Não quero a glória,
nem o prêmio de um novo amor.

Não quero contar as palavras,
nem controlá-las da boca.
Apenas poder dizer.

Dizer que quero estar contigo,
mesmo que não junto,
mesmo que não perto.

No simples amor simples.
Sem razão, sem pretensão.
Te encontrar.

Ao meio-dia no urso.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

sobre o título da poesia

Não é a hora, nem o dia, nem o lugar.

Se venho aqui assim, é porque tenho que dizer.
Aliás, tenho que ouvir.
Eu, que achei sempre saber de tudo,
que entendia o silêncio,
hoje, só por hoje, não o entendo mais.

Me vem a dúvida de um talvez,
ou o desespero de um nunca.
Um esperado nunca.
Porque não foi a razão dos meus dias contigo.

Quem sabe foram aquelas as últimas palavras.
Fortes palavras.

Eu que pouco toco no assunto.
Falei demais.
Mas se era pra ser eu.
Então foi.
Mas se foi.

Não estou louco,
nem impaciente.
Apenas aguardo.
Tranquilo.
O tempo.

O tempo que sabe bem onde vou estar amanhã.
Escrevendo prelúdios de amor.
Que talvez nunca introduzam obra alguma.

Eu que sou o mais irresponsável e culpado pelo mundo.
Estou aflito.
Por nada ouvir.

sábado, 3 de julho de 2010

Eu vou cuidar, eu cuidarei dele...


Mudança de rumos do AllStar.

Vinham e voltavam para o mesmo lugar todos os dias.
Por coincidência, já sujos e cansados, encontraram-se.
Desgastados pelo áspero chão.
Apenas passaram perto.
Sequer se tocaram.
Pelo preconceito do outro não ser um AllStar.
Mas um Converse.
Que voltou atrás e puxou conversa.
Adicionou em todas suas redes sociais.

E o AllStar que combinava com o preto de cano alto de outra música.
Agora combinava com o meu preto, Converse.

Porque essa era a vida.
Esse era o destino.
Mudar destinos.
Mudar vidas.
Esse não era o plano.
Foi.

E agora sou eu quem vou visitar o bairro das Laranjeiras.




Sobre o que eu sei, sobre nós, sabemos.


Vou visitar a luz dos olhos seus.

Quero entender como te perdi pro tempo que deixei passar.
Pro tempo que fiquei parado, esperando acontecer.
Agora fiz inimigos mortais.
Foi o meu sangue, junto a minha vida.
Se beijaram.

Eu passei adiante as canções e as palavras de amor acho que não fazem sentido.
A gente nunca sabe no que vai dar.
Mas eu, eu vou te encontrar.
Vai acabar alguma coisa.
Não esta vontade de te abraçar.
De ficar mais tempo.
De ter mais tempo.

Eu, que não te beijei.
Porque somos uma só glória.
Maior.

Quando for, talvez seja bem mais.
Por enquanto estou a milímetros da tua boca.
Deixo passar.
Não porque não queira o teu beijo.
Mas pelo beijo dado, nessa pouca distância.
E pelo desejo que veio.

Por sentir tua respiração.
Pela nossa amizade.
Quase.

Não vai ter quase na próxima vez.
E não vai ter próxima vez.
Mentira.




quinta-feira, 1 de julho de 2010

sobre a proximidade dos fatos e da condição de estar perto

Por favor,
tire de mim o seu nome,
e este encanto dos seus lindos olhos,
pare de me perseguir em sonhos,
pois é capaz que eu me engane mais.
Porque ao certo é fácil saber onde vai dar,
essa perturbação das letras nossas.
Impostas por um quase amor,
de mentiras sinceras,
e de algo intitulado: a verdade,
então que seja.
Livrai-nos dos sustos do amor,
e do medo do futuro,
sejamos qualquer um,
mas não sejamos mais,
assim, serenos, sinceros.
Sejamos duros consigo mesmos,
na imposição das palavras de ordem,
para os corações vagantes.
Eu viajante que sou,
acordei aqui no mesmo lugar,
pensando em você.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

- mais de um ano de mim mesmo -

é incerto, inseguro,
mas é um dia,
dia meu,
dia teu,
dia nosso,
vou te tirar das minhas palavras antes que te assuste mais.
hoje fui feliz,
fui demais,
ganhei o que podia ganhar,
conquistei a paz.
eu, que nem era pra viver,
por conta do adeus,
do choro,
do cheiro, vivi.
pequeno,
hoje eu tremo,
como quando passavam os trens,
pela minha casa.
hoje o trem que passa é o do tempo,
não tremo de medo,
tremo de força,
de vida.
vida essa que me deu o dia 181 do ano,
quase na metade, porque não tem meio termo.
me deu uma lua cheia,
e me fez nascer as nove e quarenta e cinco da noite.
eu feliz que sou,
completo o número dos anciães.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

- do precipicio, o medo; das palavras, a única certeza -

-sobre gostar de alguém-


Quando uma lágrima vem descendo;


Eram frases de amor, como de quem pode ter amor depois de tanta coisa,

fizeram com que menino me sentisse,

pois nunca deixei de ser o que sou,

embora me enxerguem pior,

eu, nada fiz.


Senão a vontade que tive de salvar vidas,

e fiz, salvei, conversei, ensinei a sonhar,

agora me bate no rosto,

como se fosse a culpa do mundo só minha,

e é.


Carreguei comigo a tristeza de tentar ser feliz,

li e escrevi livros,

mas incomodei mais com o barulho do ponteado da caneta,

do que alguém que desafinado canta na igreja,

igreja essa que me ensinou,

fui padre, fui santo, já bem mais do que se pode ver.


Hoje sou visto perdido,

sou visto escrevendo,

e lendo as palavras à mim escritas,

pelo mais doce sentir que pude provar,

em algum momento me fez sorrir de canto.


Encanto sorriso,

quero tirar das palavras o brilho dos lábios,

não consigo,

nem consigo comparar pra fazer rimar,

com tudo o que quero falar.

Então pontuo.


Essas letras me acalmam,

mas as que escrevo não são as melhores,

já fiz bem mais.

Pouco tenho te encontrado.

Não é ausência, não dessa vez.


Mas a inversão do choro,

pelas simples frases que posso ler.


De tantas letras, palavras e situações,

As suas sempre levarei comigo.




domingo, 27 de junho de 2010

- palavras pra não se entender -

da abstração da coisas à certeza que é certo que virá

Como quando a gente é criança,
quando cresce também tem medo;


Era bem tarde da noite, olhando a lua cheia no céu,
percebi o quanto se deve viver,
não que não houvesse percebido antes,
mas era sobre uma vida diferente.


Tinha a lembrança da alegria e da profundidade das palavras ouvidas,
então relaxei e refleti,
porque por alguma razão gosto de ouvir teus conselhos,
mesmo que sejam simples e fáceis de dizer,
aprendi a pontuar as frases.
Devagar estou aprendendo a não ter medo da chuva,
embora a altura e o vento queiram me fazer voltar,
porque não sei voar,
não sei mergulhar de cabeça,
mas sei aprender.
E cada dia que a gente se prende ao medo,
vem uma coisa que atrapalha o mundo,
atrapalha os planos,
mesmo que seja só a ideia de se ter planos,
talvez eu vá embora daqui.
Porque o clamor nos meus ouvidos é forte,
só queria saber se acabou,
só queria saber se é só isso que tenho que fazer;
Amanhã vou ter que acordar,
mas agora, agora vou dormir fora de casa.
Pra passar o frio que tenho que sentir,
porque cedo ou tarde as coisas vão sendo mais certas,
esta incerteza que me faz chorar,
nos dias honrosos da minha volta,
talvez melhor é que nunca tivesse voltado.
Ou simplesmente nunca, tivesse partido.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

- sem ter ausência, não tem saudade, sem ter saudade, não tem vontade -

sobre a estranheza da vida, e dos novos conceitos sobre amizade

Estou conseguindo ser forte,

Foi com um abraço que talvez nunca mais veja você,
porque não posso perder essa tua liberdade de vista,
à vista do sorriso,
da empolgação da tua voz,
bem pouco entendo.
Mas sei que fiz palavras melhores que esta, que diziam sobre não ceder.
Foi por conta da rotina que então sentei todos os dias em frente à tua casa,
só pra te ver, talvez porque eu me visse em ti,
como um menino que conta os carros na rua,
sem muita razão senão a de desejar ter o que vê.
Foi o toque da tua mão eu acho,
que não sai de mim,
tem que sair,
por conta dos dois abraços que não nos separam.
Eu quero esquecer.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Como quem não sabe a razão nem a consequência das escolhas não feitas -

Sobre semanas inteiras - da complexidade ao silêncio profundo do teu olhar

Eu fui estar contigo,
porque a vida me deixou pra trás.

Era simples falta de humildade humana,
meu desejo de deixar de estar apaixonado por ti,
era bem verdade que não me encontrava certo sobre as nossas decisões;
E foi um dia, que passando na rua percebi olhos me fitando,
como quem filma uma fita,
como quem grava uma cena;
Eram olhos claros profundos de longe,
olhando estranho este meu rosto sem pouca expressão;
Cansado de explicar motivos e de acompanhar lado a lado a ingratidão do mundo,
me olhou,
como se em mim houvesse mais coisas pra se tirar,
como se me restasse um pingo de amor;
Pobre que sou, minha casa pequena já não comporta mais do que metade de mim,
trouxe a morar comigo a saudade e uma porção de caixas de lembrança,
me fazendo entrar de lado pra dormir na cama estreita;
Por razões estranhas me olhou, como se eu fosse alguém pra se ter do lado;
Eu rápido, procurei tudo o que podia saber,
pra poder dizer,
pra não deixar passar de olhar vazio,
tirei do bolso palavras;
Quando fui falar, me faltou a voz,
era tão longe que não consegui gritar,
era o meu pensar,
contra o meu falar,
mesmo com todos os dias que passei ao teu lado,
mesmo com todas as chances que tive,
eu (te) deixei passar;

domingo, 20 de junho de 2010

se não fossem as palavras de sempre


Pra que correr aos braços falsos,
é o futuro quem decide tudo,
pois ainda pouco nem conhecia tua vida,
como hoje especulei coisas sobre o amanhã,
mesmo que não faça o menor sentido.
E são palavras que aprendi nesse novo jeito de dizer,
é bem perto, são palavras tão próximas,
que se saissem da boca,
por certo quase tocariam os lábios alheios.
Mas correr aos braços falsos,
é rápido, certeiro,
é uma aposta,
que não depende das palavras de sempre.

terça-feira, 15 de junho de 2010

-Sempre foi por causa do teu sorriso,
Sei bem o quanto certo ou errado é tudo isso,
mas bem pouco me importei ao aceitar as tuas diferenças,
e foi por causa das noites de abrigo que te vi passar,
então fui correndo pra vida te contar segredos,
e morrer de amores por causa da indiferença do teu olhar.
Quando no espanto das palavras encontrei sentido,
sentido perdido e sem um sentido certo,
sem um sentimento certo,
porque já vinha sofrido de outros sentidos, de outros sentimentos.
E eram mundos distintos ali,
que de alguma forma se encontravam,
em frases de sentimento puro encantado, encanto,
de canto de olho a olhar, com medo de chegar,
só pensando, só escrevendo, só vendo onde ia dar.
E deu no que deu - a gente se conheceu,
viveu, escrevemos livros, fotografamos o mundo,
e passamos.
Passamos de nós, fomos cada um pra sua casa,
mas veio a saudade e pensa só,
é claro, mas é claro, que a gente não cedeu,
dormimos, descansamos, pensamos bem.
E amanhã, amanhã,
amanhã a vida continua, pois tem sempre um sol que quando se põe,
parece se preparar pra vir bem mais bonito no dia seguinte.

terça-feira, 8 de junho de 2010

pela felicidade alheia e pela falta que um sorriso faz


-é o sorriso novo que me faz cantar -

-é a vida alheia que me faz sangrar-

-de qualquer jeito eu vou sorrir-

-sim eu vou-

-porque já nada importa-

-senão a vida em outro lugar-

-era o sol na janela-

-então lembrei do quanto esperei o sol-

-e parece que veio-

-porque eu vejo felicidade em tí-

-então corro, vou para os mais verdes campos-

-e caio sob a luz desse sol-

-porque agora, eu dúvido bem mais do amanhã-

-agora, descobri que me engano bem mais-

-mas eu sei, são pessoas-

-então eu sento a escrever-

-porque sei que no teu lugar-

-talvez eu faria a mesma coisa-



Demis, A.

domingo, 6 de junho de 2010

- Eu não consigo dizer -

pelas escolhas, saiba que não consigo sequer escrever


























Demis, A.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

pelas fotografias da alma e as inspirações das noites -


- o que nos falta é o mundo, não dominar esse mundo lá fora, mas este mundo desconhecido dentro de nós, pois o mesmo coração que deseja a liberdade, deseja também a prisão da paixão -

Aus Demis

quinta-feira, 13 de maio de 2010

- sobre derrotas e vitórias -

Vida passa,
Passando como se fosse um passo,
Passeando com se fosse um lastro,

É, tem tudo de bom,
Ao mesmo tempo em que não dá pra ir lá fora,
Porque são dias de insônia,

Eu sei que são bem mais abstratas as tuas palavras,
As minhas são só confusas,
Tem tudo pra ser, mas não é;

Não sou bom para o mundo,
E perco todos os passos bem dados,
Não me interessa mais, não mais,

O ardor sem sal do mundo,
Esse falido hálito hortelã,
Mas eu sigo,

E sigo porque sou fraco,
Porque não mudo,
Porque não quero,

Então eu busco escadas por onde subir,
Ignorando as asas,
As asas que eu tenho pra voar;


Aus Demis

segunda-feira, 10 de maio de 2010

- daquelas poucas linhas -

Te ver, vindo, indo, vertendo, virtude, voltando, vontade, vir ver, vindo, ver-te.
Aqui, do meu lado.

Aus Demis

domingo, 9 de maio de 2010

- ao tempo, que é bem mais responsável -

pelas palavras [in]cansáveis

Eu não sei das palavras,
Mas eu sei das vontades,
E a vontade é que não hajam palavras,
Porque o tempo das palavras já foi;

Agora só restam sorrisos,
Canções bem perto da madrugada,
E era eu quem queria ser melhor,
Mas olha aí pra vida;

Tem um mundo,
E eu te vejo em cada vida,
Porque sei que a culpa vai ser minha,
Não hoje, amanhã;

Quando tudo der certo,
E houverem sorrisos,
Eu vou ser a culpa do mundo,
Do teu mundo;

Pra isso vim te lembrar de você,
Da tua cor que é bem mais colorida,
Da tua canção que é bem mais animada,
Pois eu não sei o que você quer ouvir;

Eu não sei das palavras,
Mas eu sei das vontades,
E a vontade é que não hajam palavras,
Porque o tempo das palavras já foi;

Aus Demis

quinta-feira, 29 de abril de 2010

- das coisas do tempo -

Eu não quero ser justo,
Dizer que eu nunca errei,
Pra que preciso ser mais santo que você?
Vou rolar na lama
Pra que no final a gente vá para o mesmo céu,

Eu quero te encontrar amanhã,
Seja onde for,
Não faz sentido,
Dizer que sempre tive razão,
Deixe-me errar,

Eu quero dormir na tua cama na eternidade,
Dormir nos teus braços,
Por que todos os dias eu tenho que ser mais,
Isso está me incomodando
Deixe-me errar,

Eu não quero ser justo,
Dizer que eu nunca errei,
Pra que preciso ser mais santo que você?
Vou rolar na lama
Pra que no final a gente vá para o mesmo céu,



Aus Demis

{uma canção, mais nada}

Uma hora vai chegar;
Eu sei,
É claro como a luz do dia,
Embora haja amor,
Existe um erro que precisa ser corrigido,

Eu não queria ter aprendido,
Que o amor não é mais forte que tudo,
Embora seja forte como a morte,
Não tenho explicação pra isso
Senão o quanto errei contigo;

Eu vou me arrepender,
Tenho certeza disso,
Porque sou passageiro como o vento,
E sou irreal como o sonho,
O amor que tenho não é pra agora,

Eu pensei que fosse,
Mas não, não,
É pra uma eternidade que não conheço,
Uma eternidade que mudou de planos,
Uma eternidade que não é agora;

Mas corra e me abrace,
Porque eu vou precisar de ti,
Sim, eu vou precisar de ti,
Mas eu não sei disso,
Como a criança que precisa da mãe e não sabe;

...

Aus Demis

domingo, 25 de abril de 2010

- fraternas canções -

em 140 caractéres

Não ando tendo noites boas,
não por culpa das noites,
mas por culpa dos dias,
dos outros dias,
por culpa dos outros,
Não ando tendo noites boas;


Aus Demis

quarta-feira, 21 de abril de 2010

- Imprevisível e sem graça –

O que eu mais fiz nesta vida foi fazer pessoas chorarem,
Pela minha arrogância,
Pela minha soberba,
Pela minha indecisão;

Eu fui bem humano em todo o tempo,
Não fui mentiroso e acreditei no amanhã,
Amei com verdade e perdão,
Mas percebi que no final pouco teria;

Tomei das mais difíceis decisões,
Escolhi os caminhos complicados pro mundo,
Minha saída sempre foi ladeira abaixo,
Não fui bom, nem ruim, pior, fui imparcial;

Não cometi crimes,
Andei reto e certo,
Mas matei confiança,
Matei esperança;

Em mim pouco sobrou,
Senão a glória dos dias futuros,
Tão frustrantes que nem se achegarão mais,
Agora sou mero,

Imprevisível e sem graça;

segunda-feira, 19 de abril de 2010

{Sentimentos}

Eu fui correndo,
Correndo descalço, com medo,
Porque em algum momento percebi grandes felicidades chegando,
Então meu eu menino se fez pequeno;

Já estava cansado do amor,
De um tempo injusto de tanta prosa,
De tantos dias fracos,
De tanta coisa que me fazia ser mais e mais cada vez;

O medo de destruir bons amores,
Como o teu,
Me veio e disse que não,
Então eu penso onde encontrarei tanta coisa boa;

Tudo já tem seu lugar,
Já está ocupado com graça,
de graça eu penso,
num amor talvez,

Porque em algum momento percebi grandes felicidades chegando,
Mas meu eu menino se fez pequeno,
Então eu fui correndo,
Correndo descalço, com medo;

sábado, 10 de abril de 2010

...{ribanceira}...

Eu estou cego,
como a mãe que suporta a dor do parto por amor ao filho;

De tudo que tenho,
Nada mais é meu,
deixei a essência pra trás,
fui aceitar tristezas que achei ser compaixão;

Contava passos pra chegar em casa,
Era sereno, humilde, mortal;
Mas não soube ouvir o não do meu pai,
me envolvi em causa alheia;

Mudei razão,
mudei direção,
mudei sonho,
pra tentar resolver o que não era meu;

Mesmo assim acostumei com o cinza dos dias;
Aceitei pedir desculpas mais do que ser desculpado,
aprendi a fazer o almoço e a servir café,
e nem sequer ouvir um obrigado alheio;

Fui sincero pelo tempo que aguentei ser;
Depois, passei a deixar passar coisas insanas,
por tantas semanas,
sincero eu já não era mais, comigo;

Perdi abrigo,
perdi, amigo,
perdi visão,
como a mãe que suporta a dor do parto por amor ao filho;


Aus Demis

sexta-feira, 9 de abril de 2010

para Rosa, por todos os anos


Quando é que eu vou perceber
Em frases, anseios;
Sólido agudo sentimento
Pra onde e pra quem;

É verdade que eu queria estar à vida do teu lado,
Mas sou bem mais teu amigo,
Sou bem mais teu próprio sangue;
Então eu penso o quanto te roubei de vida;

E novas canções me fazem chorar,
Como se fosse moleque
Correndo pela lama do campo,
Fui te contar dos desalentos

Fui falar da glória e do sonho,
Da guerra;
Foi então que fiquei sem palavras,
Pelo quanto você é pra mim;

E vi que tudo isso não era o melhor de nós;
Saí correndo dali,
Fui me refugiar e pensar,
Sou bem mais teu próprio sangue;



Demis, A

terça-feira, 23 de março de 2010

{Onde estiver}

Antes eu era sensato, sereno,
Pensava na vida completa,
Era estranho, confuso,
Nunca tinha me dado conta,
Nem corrido com tanta vontade,
Nem falado tanto e tanta besteira,
Foi quando percebi que o tempo passou,
Deixando pra trás as maiores ansiedades,
Perdi vontade,
Saudade,
Sozinho fiquei,
Até que numa noite na estrada,
Estava a bem mais que cem por hora,
Só lembro de ter visto uma luz,
Caí, rolei no asfalto, não sei,
Esqueci muito do mundo ali,
Semanas depois levantei,
Após ter conversado por dias inteiros,
Voltei,
Então de uma das coisas que eu sei,
É que esse fôlego é tão passageiro,
E eu lamento que você perca seu tempo,
Escolhendo tanto alguém para amar,
Tentando ser sempre mais,
Mostrando ao mundo o que você não é;
Das coisa coisas que mais aprendi,
A principal,
Não concorrer,
Espero que você também não faça isso,
É tão pouco tempo,
Que quando menos se espera,
Nada, nada mais faz sentido,
Então espero que haja coerência,
Espero que haja verdade;

[Semanas; Parte I: Princípios] - Demis, A.

sexta-feira, 19 de março de 2010

{parte desta nossa história}

Eu era como todo mundo,
Era a indecência e a multidão,
Meu coração era pleno, selvagem,
Até o dia em que eu morri,
E resolvi transpor os muros desta vida terrena,
Fui morar no além,
Além do tempo,
Além da riqueza e da glória,
Abandonei o sucesso, a mentira,
Pra viver ardor,
Deixei de ser emcimadomurista,
Pra discutir política,
Fui lá, ganhei o outro mundo,
Chorei e apanhei na rua,
Indo na tua casa parar,
Ali foi a pior vida que tive,
Não tinha amor nem ódio,
Era ameno e pacato,
Isso fez meu corpo cinza,
Em cinzas do ardente calor daquele teu olhar,
Sofri, aprendi a te deixar de lado,
Me obriguei a te ver de longe,
Quando pensei que daria certo essa minha tristeza,
Eu fui puxado,
Puxado pro mundo de volta,
Revivi,
E parece que faz bastante tempo que eu não esse mundo.

Demis, A.

sábado, 13 de março de 2010

{Meu erro}

Não estou preparado pra alguns olhares,

Olhares sem razão, pra um coração qualquer
Eu, que nem estou preparado pro mundo,
Que descobri essa semana o sentido da vida;

Mesmo que queira tudo isso,
E um novo tempo de dizer as coisas,
Quando em algum tempo eu sonhei,

E ouvi vozes no meu coração
Eu acreditava com toda a força que tinha,
Só que era menino, e levava o mundo nas costas,

Aquele meu mundo,
Quando escrevia de amor,
Pra alguém que nem sabia,

Lembrava daquele olhar,
Pensava que podia ser,
Não tenho mais aquele tempo de amor,

Em que existiam lágrimas pra esperar,
Agora eu corro pra controlar o mundo,
Pra não me perder em solidão,

Não tenho porquê culpar alguém,
Eu sei pra onde fui,
E também sei que me perdi de mim;

.....



Demis, A.

segunda-feira, 8 de março de 2010

{Lucy in the... }

Talvez a parte mais difícil é lembrar dos teus olhos,
Tão pequenos e tão sorridentes,
Que essa minha vida não pôde esquecer,

Quando conheci a paixão,
A solidão passou a me tomar inteiro,
Deixei passar a razão,

Perguntei a tantos que ao meu lado estavam,
Por quê?
Essa resposta eu já conheço bem;

Achei resposta em teus lábios,
Naquela vida que deixei chegar,
Tão longe que tive que correr atrás,

Distante está de mim agora,
Os tempos em que eu era bom,
Hoje sou sereno demais,

Pra alcançar grandes saltos,
Pra te encontrar no fim da tarde,
E me acabar madrugada adentro em teus braços.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

- o vento - as palavras - a procura - a verdade que não dá pra saber.

Enquanto aguardo, vivo bem;

Daqui a pouco precisarei reaprender tudo de novo,
As coisas mudam, assim como a gente muda,
A máxima,

Posso fazer milhões de promessas pra amanhã,
Serão passadas no nascer do sol,
Perderei a razão do porquê cumpri-las;

Mas eu agradeço por tudo que aprendí,
principalmente sobre a paciência com as pessoas,
sobre o quanto elas tem certeza;

Cada vez percebo o quão convicta é a razão alheia,
não discuto,
nem me impressiono;

Naquilo que aprendí,
Aprendí a viver o hoje, de maneira que amanhã eu viva também,
pra isso jamais pude esquecer o passado;

Se for pesado demais,
eu tenho ajuda,
Ajuda mais forte;

É por isso que começo sensatamente,
tudo, tudo, continuamente,
Até aquele dia combinado;

Enquanto aguardo, vivo bem.

Demis, A.

domingo, 24 de janeiro de 2010

...{in}decisões...

Em momentos assim que me pego solitário pensando;

Escolhas a se fazer,
Amores a se deixar,
Vida, só vida;

Confesso que deveria estar em outro lugar agora,
Com outras pessoas,
Melhor ou pior, não sei;

Sei que não seria esta vida aqui,
Pois sinto falta de coisas que deixei,
E anseio coisas que tenho por fazer;

O medo é de não ter a mesma força,
A mesma serenidade,
Aliás, a serenidade em mim veio cedo;

Incomodou-me,
Fez-me acertar quando eu deveria errar,
Então o tempo passou;

E eu me encontro em dias assim,
Desta vida,
Em momentos assim que me pego solitário pensando;


Aus Demis