sábado, 10 de abril de 2010

...{ribanceira}...

Eu estou cego,
como a mãe que suporta a dor do parto por amor ao filho;

De tudo que tenho,
Nada mais é meu,
deixei a essência pra trás,
fui aceitar tristezas que achei ser compaixão;

Contava passos pra chegar em casa,
Era sereno, humilde, mortal;
Mas não soube ouvir o não do meu pai,
me envolvi em causa alheia;

Mudei razão,
mudei direção,
mudei sonho,
pra tentar resolver o que não era meu;

Mesmo assim acostumei com o cinza dos dias;
Aceitei pedir desculpas mais do que ser desculpado,
aprendi a fazer o almoço e a servir café,
e nem sequer ouvir um obrigado alheio;

Fui sincero pelo tempo que aguentei ser;
Depois, passei a deixar passar coisas insanas,
por tantas semanas,
sincero eu já não era mais, comigo;

Perdi abrigo,
perdi, amigo,
perdi visão,
como a mãe que suporta a dor do parto por amor ao filho;


Aus Demis

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