sexta-feira, 4 de março de 2011

[Little Eyes]

Eu nunca vou acostumar com a ideia da sua partida,

A medida em que seus olhos vão se concentrando,
e que vou ouvindo coisas da sua boa que não se pode segurar,
largando involuntariamente a razão,
e deixando-se para a vida,
como em letras de novas canções,
cantadas ainda sem melodia,
o envolver das mãos vai formando as notas e os sons;

Onde eu estava?

E mesmo que o amor seja mais barato pra meia dúzia de pessoas,
pra outro tanto ele faz sofrer,
e bem que ele me avisou sobre o amor,
e também eu mesmo já sabia da dor,
mas não consigo me lembrar,
por isso talvez apenas deixe chegar,
essa coisa de querer estar junto;

Onde você estava?

Acabando por usar bem mais pronomes do que antes,
só frases,
arriscando-se a colocar um pouco mais de vida nessas sensações,
foi ficando,
e você me dizia:
-vá pra casa!
e eu te dizia:
-vá pra casa!

Onde nós estavamos?

E foi ficando,
como quem já sente a falta de um dia,
porque não foram dias,
mas eu vou fingir que nem sei quanto tempo,
porque bem que não faz diferença,
vai ficando;

E eu nunca vou acostumar com a ideia da sua partida;

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