segunda-feira, 8 de novembro de 2010

[Da graça que não tem no final]

Não sejam idiotas como eu fui,
Amem,

Do que resta dessa vida nada vai ficar,
do que resta a se viver nada será,
no final você vai estar só,
é fato;

Não sejam imortais como eu fui,
Amem,

Do que resta da dor nada vai passar,
é um calor fraco,
e um frio que corta qualquer pele,
podem ter certeza que mais vale morrer de amor,
do que viver pra sempre;

Eu te aconselhei muitas coisas pequena,
eu estava errado,
quando dizia pra você brincar com o mundo,
pra você zombar de todos os corações que encontrasse;

Sim, estou confessando que estava errado,
fui egoísta, e meu pensamento sempre foi egoísta,
eu ria quando você sentia minha falta,
e a gente ria dos outros quando diziam não viver sem nós;

Amar era ridículo,
e eu ainda brincava:
"você quer ver quantas pessoas vou amar hoje?"
eu te ensinei tudo errado,
era o meu medo, e minha forma de durar pra sempre;

Mas ei, eu me enganei pequena,
não me ouça mais,
porque agora eu já estou morrendo,
e vou morrer sozinho,
e todas as vezes que você chorou por alguém, você tinha razão;

Agora, pra mim, é tudo mentira,
tudo, não tenho nenhum amor comigo,
e não te falo isso porque não tenho ninguém,
eu tenho, mas não tenho nenhum amor comigo,

Não me ouça mais,
porque agora eu já estou morrendo,
e vou morrer sozinho,
e todas as vezes que você chorou por alguém, você tinha razão;



Um comentário:

J. disse...

Continuo a ler seus textos e a me identificar com eles. Gosto disso.