quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Da insolência da necessidade de estar,

Estou errado,
sobre a vida e sobre o tempo,
sobre as pessoas,
está acabando enfim.
A ilusão e a glória.

Tudo então é turvo e desigual,
e somos então imortais.
Imorais,
pelo desejo,
e não pela razão.

E volta,
revolta,
desfaz,
junta,
dissolve.

E não será difícil te ver passar mais.
Porque também vou passar,
e por favor,
tire do meu dedo esse carma,
e essa marca que o fogo me fez.

Desta aliança com o mundo,
quero só a fuga.
Então fuja,
se jogue nos braços dos teus novos amigos,
porque vou ali e já volto.

A tua liberdade é o que me importa,
venha me bater à porta,
só quando quiser voltar.

Você vai me encontrar sentado,
no sofá, escrevendo,
sobre o quanto estou errado,
sobre a vida e sobre o tempo,
sobre as pessoas.



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