quarta-feira, 23 de junho de 2010

Como quem não sabe a razão nem a consequência das escolhas não feitas -

Sobre semanas inteiras - da complexidade ao silêncio profundo do teu olhar

Eu fui estar contigo,
porque a vida me deixou pra trás.

Era simples falta de humildade humana,
meu desejo de deixar de estar apaixonado por ti,
era bem verdade que não me encontrava certo sobre as nossas decisões;
E foi um dia, que passando na rua percebi olhos me fitando,
como quem filma uma fita,
como quem grava uma cena;
Eram olhos claros profundos de longe,
olhando estranho este meu rosto sem pouca expressão;
Cansado de explicar motivos e de acompanhar lado a lado a ingratidão do mundo,
me olhou,
como se em mim houvesse mais coisas pra se tirar,
como se me restasse um pingo de amor;
Pobre que sou, minha casa pequena já não comporta mais do que metade de mim,
trouxe a morar comigo a saudade e uma porção de caixas de lembrança,
me fazendo entrar de lado pra dormir na cama estreita;
Por razões estranhas me olhou, como se eu fosse alguém pra se ter do lado;
Eu rápido, procurei tudo o que podia saber,
pra poder dizer,
pra não deixar passar de olhar vazio,
tirei do bolso palavras;
Quando fui falar, me faltou a voz,
era tão longe que não consegui gritar,
era o meu pensar,
contra o meu falar,
mesmo com todos os dias que passei ao teu lado,
mesmo com todas as chances que tive,
eu (te) deixei passar;

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