segunda-feira, 28 de junho de 2010

- do precipicio, o medo; das palavras, a única certeza -

-sobre gostar de alguém-


Quando uma lágrima vem descendo;


Eram frases de amor, como de quem pode ter amor depois de tanta coisa,

fizeram com que menino me sentisse,

pois nunca deixei de ser o que sou,

embora me enxerguem pior,

eu, nada fiz.


Senão a vontade que tive de salvar vidas,

e fiz, salvei, conversei, ensinei a sonhar,

agora me bate no rosto,

como se fosse a culpa do mundo só minha,

e é.


Carreguei comigo a tristeza de tentar ser feliz,

li e escrevi livros,

mas incomodei mais com o barulho do ponteado da caneta,

do que alguém que desafinado canta na igreja,

igreja essa que me ensinou,

fui padre, fui santo, já bem mais do que se pode ver.


Hoje sou visto perdido,

sou visto escrevendo,

e lendo as palavras à mim escritas,

pelo mais doce sentir que pude provar,

em algum momento me fez sorrir de canto.


Encanto sorriso,

quero tirar das palavras o brilho dos lábios,

não consigo,

nem consigo comparar pra fazer rimar,

com tudo o que quero falar.

Então pontuo.


Essas letras me acalmam,

mas as que escrevo não são as melhores,

já fiz bem mais.

Pouco tenho te encontrado.

Não é ausência, não dessa vez.


Mas a inversão do choro,

pelas simples frases que posso ler.


De tantas letras, palavras e situações,

As suas sempre levarei comigo.




Um comentário:

J. disse...

Tuas palavras. A síntese de tudo que também sinto. Você é meu melhor amigo, Demis.