quarta-feira, 14 de julho de 2010

- da inconsistência dos fatos às especulações das pessoas -


é o medo de encontrar na rua anos mais tarde.

palavras poucas, sem tempo, ligeiras.
de tempo em tempo, aumenta o tempo das falas até que some.
mudo.
prevalece a virtude do não estar perto, do não entregar-se à simples vida,
de saber que amanhã voltará ao normal.
por um dia apenas, um momento, se venda tanta fala e discurso.
por causa do que a gente tenta ser todo dia.
e cada vez que tenta ser, evita.
como quem tem o poder de controlar a vontade e o desejo de si,
encontra em outros olhares o disfarce pra mais um dia sem.
é a vontade reprimida de correr.
de apenas trocar telefone, de ligar.
de saber aproveitar aquilo que já se tem.
em nome de uma vida de glórias, e interfaces mais compreensíveis de nós mesmos.
só por um pouco do que pode ser,
do que ainda sobra, pra quem mais quer,
enquanto é distribuído ao mundo como prêmio, justo.
justo de se fazer viver,
de querer ir mais longe.
mas se controla aos poucos o desejo de se prender.
de se querer pra sempre.




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