sexta-feira, 9 de julho de 2010

sobre dinheiro e riqueza: valores que deixei pra trás pra poder reinar

A gente pouco percebe a dúvida que tem sobre nós mesmos.

Tenho certeza do amor, da dor, do sentimento.

Tenho certeza da saudade (aspas).

Hoje olhei todas as tuas fotos, uma a uma,
pra saber por onde você andou e entender onde eu estava.
Eu devia estar jogado, chorando, pedindo um amor pra me salvar.

Esse amor não veio.
Tive então que concretar meu coração com grosso cimento,
pra ninguém quebrar.

Larguei toda honra e toda glória que pudia ter,
toda riqueza,
todo nome, todo sobrenome.

Fui traído pelos que estavam comigo,
perdí tudo.
Vázio me tornei, quando tornei a minha casa.

Morei nela humilhado,
pobre, sem nada.
Senão a vontade de encontrar razão pra minha própria vida.

Eu, que ia perder a vida quando nascí,
perguntei à um deus, porquê?
não tive resposta.

Então ergui minha cabeça,
com toda destreza de coração duro, imortal.
Assumi pra mim a culpa de tudo.

Foi então que me desculpei com todos.
Todos o que me bateram.
Todos os que me odiaram.

Não me tornei melhor por nada disso,
por nada.
Pouco que fiz.

Agora não tenho dinheiro,
vago sozinho.
Moro em casa pequena.

O filho nobre da corte.
Do mais alto escalão do reinado.
Eu, era um dos sucessores.

Muito podia ter sido.
Se não fosse a vontade de ser de verdade.
Aquilo que a gente realmente é, e às vezes,
nem sabe.







Um comentário:

J. disse...

Seus textos conseguem passar tudo o que sentes, Demis. Eu gosto e - repito - do que encontro em suas palavras.