sábado, 24 de julho de 2010

- seiscentos anos depois de ti -


sobre a duração do sempre;


Hoje fui lá fora perceber o tempo que deixei passar,
como faço nos dias de chuva.
Então, vi que via o mundo de maneira errada,
perdida.
Vi que as pessoas que me amam não me conhecem,
e que aquelas que não me amam também não me conhecem.
Descobri que não se pode conhecer o que não existe,
e eu, não existo.

Nem o meu nome, nem meu sobre-nome,
tudo já passou.
Morreu, e faz muito tempo.
Muito mesmo.
Eu, que fiquei vagando por aqui,
sou um resquício do que já foi alguém.
Porque seiscentos se passaram desde a última vez,
que pude ver meu verdadeiro rosto no espelho.

Hoje, estou passeando pelas desvantagens do muito tempo,
conhecer e desconhecer pessoas.
Em todo momento eu ouço:
sempre estarei aqui, sempre isso ou aquilo.
Simplesmente agradeço,
mesmo que o pra sempre,
sempre acabe,
e eu tenha que acordar em uma nova vida.




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